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segunda-feira, 3 de outubro de 2011

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

#DIA 2

Chegada ao Acampamento Base

Hoje, segundo dia de trekking, trecho mais difícil desta etapa da expedição. Abaixo de forte sol a equipe percorreu 12km e chegou ao acampamento base a 1820m de altitude, que marca o primeiro estágio da subida em direção ao Monte Roraima..









Após tranversar Rio Ték, a equipe caminha descalça até a próxima travessia, a do Rio Kukenán, habitat dos Puri-Puri. Após a travessia Mateus lembra que estava sem suas botas, e então decide voltar para resgatá-las. A equipe aproveita para banhar-se no Rio.










Todos estão bem, apesar do calor e dos mosquitos. A equipe está muito unida e motivada apesar da fadiga. A energia desse lugar mágica e fica mais forte conforme nos aproximamos do monte. Isso renova os ânimos da equipe - disse Cícero.






















As Imagens captadas até o momento são "absolutamente incríveis". Camila conta também que se cansou bastante no último trecho, mas que o percurso foi feito em menos tempo do que o previsto. "Agora vamos descansar para encarar a próxima subida", disse. Amanhã a equipe segue a caminhada rumo ao topo do Monte Roraima.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Chegada a Paraitepuy e começo da Trilha

Difícil descrever o espetacular primeiro dia de expedição. Ontem não tivemos quase nenhum desgaste físico, mas passamos o dia todo circulando por Santa Elena, conhecendo suas ruas, comércios, pessoas e brindando com a cerveja venezuelana Solar Verde o início da Trilha. O clima estava ótimo. Ensolarado e quente, confirmando a previsão que tínhamos em mãos.
















Na manhã dessa segunda feira, as 8h da manhã, um 4x4 nos esperava, na frente da nossa pousada, com nossa guia Antonia, e o Guia/Motorista Javier. Mochilas em cima, uma passada na Agência para buscar equipamentos de cozinha e partimos em direção a aldeia de Paratepuy, uma viagem de aproximadamente 2h em meio a Gran Sabana.











Em Paraitepuy fomos muito bem recebidos. Conhecemos os índios Pémons que seguiriam como nosso carregadores durante esses 6 dias. Nossa guia, Antonia, preparou o almoço, para nós e os carregadores, que contaram uma versão sobre a primeira subida ao Monte, de seus antepassados (caciques e xamãs) desta aldeia, que teriam subido pela primeira vez. A missão seria espantar os espíritos maus que rondavam o topo da montanha que é considerada sagrada para eles.












Hoje é o primeiro dia de trilha, também o considerado mais fácil tirando uma subida mais íngreme que todos passaram com tranquilidade. Essa parte foi importante para sentir os equipamentos, roupas, botas e peso da mochila que está em torno de 13 kg. A equipe está bem preparada e muito motivada também.












Entrando na Gran Sabana encontramos um pequeno incômodo: o mosquito puri-puri, um espécie de borrachudo. “O uso do repelente é indispensável e já estamos usando bastante”, disse Ferdinando de Conto.

Caminhamos hoje cerca de 14km, partiremos agora para um banho de Rio, com uma paisagem de fundo incrível: o Monte Roraima e o Monte Kukenan. Passaremos a noite aqui no acampamento do Rio Ték, para amanhã partir para um dos dias mais puxados da trilha.



quinta-feira, 28 de julho de 2011

# DIA 1

Chegada à Boa Vista, rumo a Santa Elena

A equipe chegou à Boa Vista durante a madrugada de domingo e logo partiu para o encontro de outros 2 membros da equipe, que devido a burocrácia da empresa aérea tinham embarcado 1 dia antes. " O clima estava ótimo e o dia estava lindo" conta Carlos Spigolon.

Aeroporto Int. de Boa Vista Atlas Brasil Cantanhede pela manhã de domingo.

Logo iniciamos a viagem de cerca de 3h para atravessar a fronteira do Brasil com a Venezuela, a equipe chegou no domingo de manhã à Santa Helena de Uairén. O mais curioso do trajeto foi perceber rígida fiscalização a qual os carros são submetidos por causa do contrabando de gasolina. Explicamos: na Venezuela os postos vendem o combustível a R$0,07 o litro, pois como a produção de petróleo é controlada pelo governo o preço é subsidiado para baratear e incentivar o consumo.


Trecho entre Boa Vista-RR e Pacaraima- RR.

"A travessia foi rápida e tranqüila, pegamos uma van de Boa Vista até Santa Elena. Fazia muito sol, mas sentimos o vento mais forte por que já estamos a mil metros de altitude. E claro, o taxista brasileiro que nos levou, aproveitou a viagem e abasteceu, enquanto atravessávamos a fronteira a pé. Pela manhã acertarmos os últimos detalhes, ainda vamos passar essa noite em Santa Elena. A tarde caminhando pela cidade, descobrimos quem seria nossa guia por esses 6 dias, realmente a cidade possui um ar muito misterioso !". conta Mateus Gozzi.



















quarta-feira, 27 de julho de 2011

De volta do Mundo Perdido


A expedição foi concluída !



É com grande satisfação que anunciamos a nossa volta e o êxito da nossa expedição, concluída no domingo. Passamos dias incríveis lá no Monte Roraima e compartilharemos aqui com vocês nos próximos dias toda esta emoção com muitas fotos e vídeos e depoimentos dia-a-dia.

Foi incrível. Difícil colocar em palavras este sentimento de voltar de um lugar mágico como o Monte Roraima. Diferente de montanhas comuns, em que a chegada ao cume é o principal objetivo, lá no gigante conhecido como a “mãe das águas”, todo caminho era importante, com exploração no seu topo, no total percorremos cerca de 80 km em 6 dias/5 noites.

Durante estes dias, vivemos experiências de vida fantásticas numa convivência de uma verdadeira família, formada por cinco aventureiros gaúchos, uma guia venezuelana e dois índios Pémons (que fizeram parte de nossa equipe de apoio), figuras extremamente fantásticas.



Na bagagem, cada integrante trouxe um aprendizado diferente. Seguiremos relatado essa aventura, com muitas fotos. A simplicidade dos índios, os desafios físicos da montanha, as belezas naturais, os desafios climáticos, a biodiversidade e as histórias ontinuarão sendo compartilhadas com vocês durante as semanas que estão por vir. Nos próximos dias, vocês poderão conferir detalhes sobre o nosso dia-a-dia no Monte Roraima com um show de imagens captadas por nossas lentes. Registramos tudo e já estamos trabalhando neste material para mostrar para vocês.



Obrigado por nos acompanharem nestes dias de expedição e por torcerem por nosso sucesso durante este trabalho feito com tanto carinho lá na Amazônia. Amanhã tem mais.

Montes Kukenan e Roraima: "pai dos ventos" e "mãe das águas" | Foto: Roberto Vámos

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Equipe embarca hoje para Boa Vista (RR)

Foto:










Malas prontas e frio na barriga. Após meses de planejamento, estudo e preparação física, chegou o dia da viagem com destino ao nosso ponto de partida. Nesta noite embarcaremos para Boa Vista, capital de Roraima, cidade localizada no Hemisfério Norte e com uma hora a menos de fuso-horário em relação ao Rio Grande do Sul. Lá passaremos duas noites antes de iniciar nossa expedição. Como em todo dia de viagem, esta manhã serviu para todos checaram os detalhes finais da bagagem para não faltar nada.

Cartão de vacinação contra a febre amarela e passaporte. Itens indispensáveis para esta viagem. | Foto: Rafael DuarteDentre os itens que essenciais, estão o passaporte (para cruzar a fronteira com a Venezuela, de onde sairemos) e o cartão de vacinação contra a febre amarela (obrigatório para entrar no parque). Como se recomenda antes de uma expedição de trekking, as unhas do pé também devem estar bem cortadas para evitar machucados que podem resultar até mesmo na queda delas. Nos mochilões estamos levando nossos equipamentos fotográficos, kits de primeiros-socorros, agasalhos, roupas para trekking, casacos impermeáveis e quebra-vento, capa de chuva estilo poncho que cobre a mochila, bota, chinelos (para descansar os pés), pequenos lanches (como gel de carboidrato, barras de proteína e de cereal), protetores solares, entre outros.

Nesta sexta-feira, dia 15 de Julho, a aventura vai começar.

Obrigado por nos acompanhar e continuem ligados.

FALTAM 02 DIAS

quinta-feira, 14 de julho de 2011

A conquista de um gigante chamado Monte Roraima

Integrantes da expedição Miramundos a caminho do Monte Roraima - Foto: Roberto Vámos















BOA VISTA, RR - Ele é um gigante. Fica dentro de um parque considerado Patrimônio Histórico da Humanidade pela Unesco. Está situado na tríplice fronteira entre o Brasil, a Venezuela e a Guiana, em plena Amazônia. De um de seus lados está uma grande savana, e do outro, uma selva virgem. Atrai a atenção de cientistas, pesquisadores e cineastas. Parece um lugar inóspito. E é. Mas apesar de ter 2.734 metros de altitude e de estar tão longe dos grandes centros urbanos, o Monte Roraima também pode estar ao seu alcance. Como? Bem, isso vai depender do seu espírito aventureiro e da sua disposição para entrar em forma. Nas próximas páginas, você saberá como pode conhecer as peculiaridades desta montanha que inspirou o escritor britânico Arthur Conan Doyle em seu livro "O mundo perdido" (1912), os produtores do filme "Up, altas aventuras" (animação da Disney/Pixar de 2009), e que foi recém-explorada pela Expedição Miramundos: Monte Roraima 2011.

Veja aqui os vídeos da websérie da expedição Miramundos.

Disposição física e mental são essenciais no Monte Roraima

O Monte Roraima é um monumento natural de incomparável beleza e que reserva grandes surpresas a quem se arrisca a desbravá-lo. Para aqueles viajantes que são apaixonados pelo contato com a natureza, e não perdem uma boa dose de adrenalina por nada, eis aqui um destino desafiador, que pode ser mais acessível do que se imagina. Por ano, estima-se que cerca de três mil aventureiros passem por ele, principalmente vindos de Europa, Ásia e América do Sul.

Travessia do Rio Tek, ainda na base do Monte Roraima, com o Kukenakan ao fundo / Foto: Roberto Vámos

Apesar de ser o sétimo ponto mais alto do Brasil, a altitude de 2.734 metros estimada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) não é seu maior atrativo. O formato de mesa (denominado tepui), a presença de animais incomuns e plantas exóticas, suas formas improváveis e seus dois milhões de anos de formação fazem do Roraima a grande estrela dos mais de cem tepuis da Venezuela. O monte preserva em seu platô de cerca de 31 quilômetros quadrados uma biodiversidade única, com várias espécies endêmicas como plantas carnívoras e um pequeno sapo preto do tamanho de uma unha. Suas rochas, castigadas pela erosão causada pela chuva e pelo vento ao longo dos milhares de anos, formam silhuetas incríveis que desafiam a lei da gravidade e se confundem com os contornos de animais, pessoas e dinossauros.

O Monte Roraima já inspirou filmes de Hollywood, como o inesquecível "O parque dos dinossauros" (1993), dirigido por Steven Spielberg. Na realidade, o filme tem como referência a obra "O mundo perdido" de Conan Doyle - o criador de Sherlock Holmes - que, por sua vez, foi influenciado pelos relatos do botânico Everard im Thurn, que subiu o Roraima em 1884. Mais recentemente, há dois anos, a animação "Up, altas aventuras", da Disney/Pixar, conta a história de um vovô solitário que cumpre uma promessa feita à mulher e realiza o sonho de viajar para um lugar paradisíaco no meio de uma floresta da América do Sul. Quando os produtores visitaram a região do Monte Roraima, bateram o martelo. Era o lugar ideal para ilustrar as aventuras do protagonista por reunir belezas naturais como o Salto Angel, no lado venezuelano, e seus mistérios.

Barraca no acampamento base, aos pés do Monte Roraima / Foto: Rafael Duarte

A subida do Monte Roraima a pé, por trekking, só é possível pelo lado da Venezuela, por dentro do Parque Nacional Canaima - nomeado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1994. É preciso estar bem preparado fisicamente e estar pronto mentalmente para enfrentar alguns "perrengues" na viagem. Mas tudo é recompensado pelas experiências vividas e pelas paisagens exuberantes. Assim como na trilha inca para Machu Picchu, no Peru, ou no Nepal, quem sobe o Roraima pode contar com a ajuda de carregadores locais - indígenas da aldeia de Paraitepuy - que sustentam suas famílias principalmente com a renda gerada pelo turismo.

Apesar de o monte estar longe dos principais centros urbanos brasileiros e de ser de difícil acesso, há agências e operadoras de ecoturismo no país que trabalham com este destino há alguns anos e que se profissionalizaram, permitindo que os expedicionários vivam esta aventura em segurança e com toda a logística necessária para os duros dias de caminhada e as noites de acampamento, respeitando com consciência as normas ambientais do parque. Essas operadoras também se encarregam de providenciar as autorizações necessárias junto ao Inparques (Instituto Nacional de Parques da Venezuela), que limita o número de visitantes no Roraima.

Diferentemente do que ocorre na subida de uma montanha comum, a chegada ao topo do monte não é o principal objetivo. Pelas características geológicas do Roraima, quando se conquista o topo, a viagem parece começar a tomar um novo rumo, já que o viajante tem a possibilidade de explorar sua área por alguns dias. A paisagem única e misteriosa dá a sensação de se estar em um planeta completamente distinto daquele que conhecemos.

Crianças indígenas da aldeia de Paraitepuy, no lado da Venezuela / Foto: Gabriel Mendes

A hospedagem durante o percurso é feita em barracas de camping montadas em acampamentos que contam com o abrigo de pedras. O banho, invariavelmente com água fria, só é permitido em alguns lugares específicos, para não poluir os pontos de água potável ou causar qualquer outro tipo de dano ambiental. Na subida, a dificuldade maior é o peso das mochilas, caso você prefira dispensar a contratação de um carregador extra. O percurso feito no cume dependerá do número de dias contratados pelo viajante, tendo como mínimo o período de duas noites lá em cima.

Conhecido por seu clima volátil e pelas variações de temperatura, a melhor época para visitar o monte é no início do ano, quando chove menos por lá. Nas noites de céu limpo, o Roraima se transforma em um planetário, permitindo que se enxerguem a olho nu as mais variadas constelações, planetas e até mesmo satélites.

No topo, cristais, formações rochosas e poços naturaisNo topo do Monte Roraima, um extenso platô, a mais de 2.700 metros de altitude, abriga uma rica biodiversidade a ser explorada pelos visitantes / Foto: Rafael Duarte

A subida da aldeia indígena ao topo do Monte Roraima, estimada em 1.700 metros, se faz em três dias. No platô, os atrativos são variados. As caminhadas podem levar às chamadas janelas, de onde é possível apreciar a vista de toda a Gran Sabana ou da Floresta Amazônica que se estende à beira do monte, além de pontos interessantes e exóticos, tais como o Vale dos Cristais, que concentra uma quantidade incrível de exemplares de quartzo; grandes poços naturais apelidados de "jacuzzis", o Fosso, o Vale das Figuras, o Lago Gladys e a Proa - este último o lugar mais inóspito do Monte, localizado no extremo norte, onde só é possível chegar com o uso de cordas e técnicas de escalada e rapel.

A rotina no topo é cansativa durante a expedição. As caminhadas sobre as pedras se tornam difíceis não apenas por seu relevo acidentado, mas principalmente pelo peso das mochilas. O cuidado precisa ser redobrado para evitar torções e acidentes mais sérios. Caso alguém se machuque e não tenha como caminhar de volta, um helicóptero é acionado pelo guia por rádio, mas só conseguirá pousar para o resgate se as condições climáticas permitirem. Além do preparo físico, para quem encara uma expedição como esta, é importante estar bem de saúde, com a imunidade em alta, para evitar ficar doente.

No Vale das Figuras, no topo do Monte Roraima, formações rochosas com a forma de um camelo / Foto: Roberto Vámos

Comparando outros grupos que encontramos pelo caminho, percebemos que não são todas as empresas de viagem que se preocupam devidamente com a questão da preservação ambiental da montanha. Apesar de o Brasil ser o país com o menor território no Monte Roraima, com apenas 5%, contra 10% da Guiana e 85% da Venezuela, as agências brasileiras parecem ter dado um passo à frente neste quesito. As principais praticam o chamado turismo ecológico e defendem a preservação ambiental de toda a região. Oferecem infraestrutura para dar o destino correto para todo o lixo produzido e orientam seus guias e os turistas sobre as regras ambientais da montanha.

Por concentrar as nascentes de vários rios da região, o Monte Roraima é conhecido como a "Mãe das águas." De origem indígena, a palavra Roraima seria uma contração, segundo os locais, de "roro" (verde-azulado) com "imã" (grande), nome dado em homenagem às suas variações de cor quando visto de longe ao longo do dia. O monte é considerado sagrado por diversas etnias indígenas da região, que veneram seu deus, Macunaíma. Diferentemente do que se pensa, o nome do estado brasileiro foi dado em referência ao Roraima, e não o contrário.

No Vale dos Cristais, no topo do Monte Roraima / Foto: Roberto Vámos

Uma das características do monte é seu clima inconstante. Ele está em uma região que possui grandes variações de temperatura, ventos fortes e chuvas repentinas. De acordo com especialistas do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet-Brasília), de uma forma geral, o clima de Roraima é típico de regiões equatoriais: quente e úmido. Porém, no Nordeste do estado, onde está localizado o monte, existe o efeito da altitude. Ou seja, a temperatura cai à medida que se sobe - aproximadamente 0,7ºC a menos, a cada cem metros de altitude vencidos. Por isso, o Roraima acaba tendo uma grande amplitude térmica, com a temperatura variando de 25ºC, pela manhã, a menos de 10ºC, nas noites de céu limpo.

Vá preparado para o frio. É importante dormir bem agasalhado. Leve um saco de dormir próprio para 0ºC e meias quentes somente para a noite. Posicione bem a barraca fora de correntes de vento e em terreno plano. Improvise um travesseiro com as roupas ou use um inflável. Abrigue-se com agasalhos corta-vento e capas, que ajudam a proteger dos ventos repentinos e das chuvas. A umidade do Monte Roraima dificulta a secagem das roupas. Leve camisetas dry-fit para as caminhadas e lave-as quando possível.

Novas regras no lado brasileiroNa trilha de subida ao topo do Monte Roraima, a riqueza da flora que abriga a variada fauna / Foto: Roberto Vámos

O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do governo federal, negocia atualmente com o Inparques, seu correspondente na Venezuela, e com operadoras de viagens, a criação de normas mais claras para o turismo no Monte Roraima. Magno Souza, empresário do setor em Boa Vista, acredita que um novo regulamento pode profissionalizar mais a exploração turística da região.

- A tendência é que as agências voltadas para a preservação ambiental ganhem força. A preocupação com o patrimônio histórico e natural também afeta a economia, porque os impactos ambientais gerados pelo turismo poderiam levar, a um médio prazo, ao fechamento do parque - alerta Souza, que implementou em sua empresa procedimentos de proteção ambiental após conhecer as experiências de Bonito, no Mato Grosso do Sul, considerado modelo de referência em ecoturismo.

Pequenos seres crescem em espaços inusitados

Na fauna do Monte Roraima, animais endêmicos como sapos ( Oreophrynella quelchii) e pequenos roedores se escondem num ambiente onde os insetos são os animais mais perceptíveis. O mais estranho deles é uma espécie de gafanhoto que vive debaixo d'água. Roberto Vámos, fotógrafo e consultor ambiental da expedição da Miramundos ao Monte Roraima, destaca a riqueza biológica existente na montanha.

Sapo preto: espécie endêmica do Roraima, do tamanho de uma unha / Foto: Rafael Duarte

- No monte, a vida ocupa os espaços mais inusitados: Algumas plantas crescem em cristais e as pedras apresentam uma coloração negra devido ao tipo de musgo existente no local. As árvores parecem bonsais, e há por toda a parte pequenos arranjos naturais de plantas onde bromélias e espécies carnívoras vivem juntas em total harmonia - explica.

Vámos recomenda que os turistas tomem cuidado para não pisar em nenhuma planta, como as pequenas carnívoras Urticularia quelchii. O ideal é se manter sempre na trilha, para não criar caminhos alternativos e usar apenas sabonetes biodegradáveis (indicados pelo Inparques). É importante lembrar que nenhuma planta, animal ou pedra podem ser retirados da montanha, sob severas penas que variam de multa em dinheiro a reclusão por alguns dias na Venezuela, caso a vistoria do Instituto de Parques Nacionais da Venezuela (Inparques) flagre alguma irregularidade ao fim da viagem.

- É importante que o viajante procure uma agência que forneça a estrutura ideal para cuidar dos dejetos produzidos e que o lixo também seja guardado e trazido de volta à base pelas próprias equipes para evitar qualquer tipo de contaminação ou impacto ambiental no monte - diz o consultor ambiental.

Integrantes da expedição Miramundos, a caminho do Monte Roraima / Foto: Rafael Duarte















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quarta-feira, 13 de julho de 2011

O "Mundo Perdido"




Nos próximos dias, um grupo de 5 aventureiros gaúchos subirão ao Monte Roraima 2743m, na fronteira do Brasil, Guiana e Venezuela, em uma expedição que você poderá acompanhar aqui no "Whatsneps?".

O trekking do grupo está previsto para começar na segunda-feira, dia 18, com retorno, no dia 23, sábado. A equipe irá manter o blog atualizado, quando possível, com informações e acontecimentos diários. Vídeos e fotos do trekking também serão enviados, que ao final irão gerar um mini documentário sobre a viagem. A aventura começa pelo lado venezuelano, com a ajuda de guias indígenas da tribo paratepuy, que vivem ao pé do monte.
O Roraima é o sétimo monte mais alto do Brasil, serviu de inspiração para Arthur Conan Doyle, o criador de Sherlock Homes, escrever "O mundo Perdido" ficção científica baeada no relato de um botânio inglês que explorou a região no século XIX. Há espécies de fauna e flora que só existem lá.
Por enquanto a equipe se dedica aos últimos detalhes, e embarcam na sexta para Boa Vista, onde de lá partirão para Venezuela.